LOC.: Em junho, o setor da construção civil começou a dar sinais de retomada das atividades - em muitas cidades lojas estão sendo autorizadas a abrir e obras antes paradas voltam a avançar. Juntamente com o ritmo ainda reduzido da indústria que produz os materiais de construção, a volta repentina da demanda resultou na falta de insumos em lojas pelo país.
James de Castro Silva é vendedor em uma loja de materiais de construção em Parnaíba no Piauí. Ele conta que sentiu a falta de muitos produtos.
TEC./SONORA: James de Castro Silva, vendedor
“Eu posso apontar três produtos que estão em falta. Tijolo, cimento e telha. Eu atribuo isso a redução dos funcionários nas fábricas.”
LOC.: A produção do portal Brasil 61 encontrou lojas com itens em falta em diversos estados brasileiros: no Ceará, Bahia, Piauí e Distrito Federal havia falta dos insumos citados por James, além de outros, como areia e brita. Gleyciane Rodrigues, que istra uma loja de materiais de construção em Teresina, no Piauí, destaca ainda que os materiais ficaram mais caros.
TEC./SONORA: Gleyciane Rodrigues, a
“Ainda por cima teve o aumento dos preços desses produtos. Quando tem falta, automaticamente o preço aumenta. Começamos a sentir isso em março e abril, mas o problema se intensificou agora em junho e julho. Ficamos praticamente sem materiais.”
LOC.: Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Luís Carlos Martins a falta dos materiais foi gerada principalmente pelas obras residenciais que continuaram durante a crise.
TEC./SONORA: Luís Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)
“As pessoas ficaram em casa mais tempo. Com isso acabaram vendo que queriam um espaço maior, uma localização melhor. O fato é que as vendas no setor imobiliário cresceram no período da pandemia.”
LOC.: Uma pesquisa da CBIC e da Brain Inteligência Corporativa mostra que em junho, 22% das pessoas interessadas em comprar um imóvel efetivaram a compra - um crescimento de três pontos percentuais em relação a março. Além disso, a queda da empregabilidade no setor começou a frear em maio - houve crescimento de 41,5% nas contratações, resultando em um saldo negativo mais brando do que em abril, quando 70 mil postos de trabalho foram fechados.
Dados de outra pesquisa da CBIC, a Sondagem da Construção, mostram que o indicador de confiança do empresário da construção também voltou a melhorar. Após atingir 34,8 em abril e 37,6 pontos em maio, alcançou 42,6 pontos em junho. Índices acima de 50 indicam otimismo. Para a CBIC, esses dados podem sinalizar que o pior ficou para trás e que a atividade do setor poderá ganhar mais força no segundo semestre.
Reportagem, Daniel Marques.