LOC.: O aumento do número de atividades no regime específico e com alíquota reduzida no novo texto da reforma tributária gera preocupação, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria, a CNI. Em posicionamento, a entidade ressalta que a reforma é fundamental para o crescimento econômico e para geração de empregos no país, mas alerta que a ampliação das exceções prejudica “todas as atividades econômicas sujeitas ao regramento geral e seus consumidores”.
A advogada e especialista em direito tributário Mariana Valença explica que os regimes específicos não têm como objetivo reduzir a carga tributária, mas adaptar as regras às peculiaridades dos segmentos beneficiados. Já os regimes diferenciados têm a função de reduzir a tributação, o que pode onerar os demais setores.
TEC./SONORA: Mariana Valença, advogada e especialista em direito tributário
“Quando você coloca muitos bens e serviços, muitas atividades em uma alíquota reduzida, o governo vai ter que arrecadar de uma outra forma, então ele vai onerar as atividades que não estão nos regimes diferenciados como uma forma de compensar esses benefícios que ele está dando para esses regimes diferenciados, então acaba onerando quem vai arcar com a alíquota cheia”
LOC.: O texto da reforma ainda pode ser alterado. O relator, senador Eduardo Braga, e o presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre, anunciaram prazo de duas semanas para que a proposta possa ser discutida por parlamentares e representantes da sociedade civil antes de ser votada na comissão. O dia 7 de novembro é a data prevista para a votação no colegiado. Braga classificou o momento como uma nova fase da economia brasileira.
TEC.SONORA: senador Eduardo Braga (MDB-AM)
“Após quatro décadas de debate e inúmeras negociações frustradas, finalmente podemos dizer que construímos um consenso mínimo capaz de oferecer ao país um novo modelo tributário. Mais do que simplificação da tributação sobre o consumo, a partir da unificação de cinco tributos em um só, o novo IVA Dual, trabalhamos para assegurar aos contribuintes e ao setor produtivo segurança jurídica, a redução do chamado Custo-Brasil.”
LOC.: A PEC também precisa de aperfeiçoamento no que diz respeito ao Imposto Seletivo, de acordo com a CNI, que elogia a retirada da incidência sobre energia elétrica e telecomunicações, mas critica a tributação das atividades extrativas. A entidade defende a “vedação expressa, da incidência do imposto seletivo, sobre qualquer insumo usado pelas empresas".
Reportagem, Fernando Alves