LOC.: Com o intuito de reduzir o número de colisões entre animais e aviões, a Secretaria Nacional de Aviação Civil, a SAC, do Ministério de Portos e Aeroportos, atua com um projeto que utiliza análise de DNA para identificar as espécies envolvidas nesse tipo de incidente.
A iniciativa, que foi desenvolvida em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina, já analisou centenas de amostras biológicas desde abril de 2023.
A coordenadora-geral de Ação da Aviação Civil, Karla Santos, que também está à frente do projeto de gerenciamento de risco de fauna, explica que esse trabalho é custeado com recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil. Segundo ela, por meio do projeto, é possível adotar medidas essenciais para diminuir o risco desse tipo de incidente.
TEC./SONORA: Karla Santos, coordenadora-geral de Ação da Aviação Civil
“Eu colocaria que são três eixos de iniciativa, que é a identificação das espécies envolvidas por análise genômica, a implementação de ações de educação e organização de medidas mitigadoras. Para esse trabalho de identificação das espécies foi construído uma rede colaborativa, com 42 aeroportos. Ele representa uma amostra significativa da diversidade operacional e também ambiental aqui no Brasil.”
LOC.: Ao longo do estudo, foram identificadas dezenas de espécies de aves e morcegos envolvidos em colisões. Entre as mais frequentes estão pomba-de-bando, quero-quero, urubu-de-cabeça-preta, morcego-de-cauda-grossa e carcará.
Karla Santos reforça que cada espécie tem uma medida de manejo diferente. Com isso, a partir da identificação dessas espécies, são adotadas medidas específicas para o caso.
TEC./SONORA: Karla Santos, coordenadora-geral de Ação da Aviação Civil
"A partir do momento em que temos a identificação daquela espécie de maior ocorrência no aeródromo, nas proximidades do aeródromo, ou que tem identificado colisões nas aeronaves, vão ser adotadas as medidas específicas para afugentamento ou para a não atratividade daquela espécie na região do aeródromo, e, com isso, vamos mitigando, reduzindo o risco dessas colisões."
LOC.: A estimativa é de que somente um terço dos casos sejam oficialmente registrados. Ainda de acordo com o ministério, estudos feitos em outros países apontam que os benefícios econômicos das ações de gerenciamento de risco de fauna são sete vezes maiores do que os custos de implementação.
No Brasil, colisões desse tipo resultaram em prejuízos acima de 75 milhões de dólares, entre 2011 e 2020. Os dados são do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos. Em todo o mundo, o custo deve chegar em torno de 2 bilhões de dólares por ano.
Reportagem, Marquezan Araújo