LOC.: O governo escolheu como prioridade política para o primeiro semestre de 2023 a discussão da reforma tributária. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que uma proposta deve ser apresentada ao Congresso Nacional antes do recesso do meio do ano.
Na Câmara dos Deputados e no Senado Federal existem várias propostas de reforma tributária, mas duas são tidas como mais avançadas: as PECs 110 e 45, ambas de 2019. O líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães, do PT do Ceará, concorda.
TEC./SONORA: Dep. José Guimarães (PT-CE)
“Nós temos uma questão central, que é a reforma tributária, isso não é novidade. O governo vai se envolver para que discutamos e apresentemos uma proposta consistente que dê conta das duas PECs, que unifique, como disse o Haddad, não é para disputar essa ou aquela, é apresentar o que for melhor para o país”.
LOC.: O governo entende como melhor para o país uma unificação de impostos federais, estaduais e municipais, criando o imposto sobre valor agregado, o IVA.
Para o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), presidente da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, não resta dúvida de que o regime tributário brasileiro é injusto.
TEC./SONORA: Dep. Arnaldo Jardim (CIDADANIA-SP)
“Nós achamos que isso tem um mérito, é tributar no destino, é tributar na ponta final. Achamos que isso é um instrumento de justiça tributária. No Brasil, a tributação é muito sobre o consumo, pouco sobre a renda. É muito sobre o salário, pouco sobre os rednimentos, então você acaba tendo realmente um processo em que acabam os mais ricos pagando menos impostos do que as pessoas que são de menor rendimento. Para isso, tributar o consumo é um bom caminho”.
LOC.: Um estudo realizado pelo Centro de Liderança Pública indica que, nos moldes das PECs que tramitam no Congresso Nacional, a carga tributária do consumo cairia de 35% para 31,5% entre as pessoas que estão na base da distribuição de renda. Entre os 2% mais ricos da população, ela sobe de 31,6% para 32,2%. Dessa forma, segundo a pesquisa, a tributação se tornaria mais equilibrada entre todas as faixas renda.
Reportagem, Álvaro Couto.