LOC.: Consumidores com menor renda estão com mais disposição para gastar, de acordo com a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias, realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, a CNC.
A intenção de consumo entre quem tem renda de até dez salários mínimos subiu 1,9% em relação a dezembro e 25,7% na comparação com janeiro de 2022, aponta o levantamento.
Segundo a CNC, um dos motivos do otimismo é a ampliação do programa de transferência de renda do governo, com o pagamento mínimo de R$ 600, mais de R$ 150 por criança de até 6 anos. Para o economista e pesquisador Felipe Queiroz, o governo também tem adotado outras medidas para acabar com as dívidas, especialmente para famílias de menor renda.
TEC./SONORA: Felipe Queiroz, economista e pesquisador
“Tira essa essas famílias de listas como do SPC e do Serasa, e possibilita que elas voltem a consumir, retomam ao ciclo formal de crédito. Então é um fator muito positivo e isso se reflete consequentemente nas pesquisas de intenção.”
LOC.: Por outro lado, as famílias de maior renda começaram 2023 menos dispostas a gastar. Por isso, a intenção de consumo caiu 1% entre elas. Segundo a pesquisa, os consumidores desse grupo afirmam que estão pagando mais caro pelos serviços em geral, e que estão descontentes com a perspectiva profissional e o o ao crédito.
Uma das expectativas do economista é de que, com o controle inflacionário, o Banco Central relaxe a política monetária.
TEC./SONORA: Felipe Queiroz, economista e pesquisador
“É provável que não aconteça no curto prazo, porém se adotasse uma postura mais flexível em relação ao controle inflacionário, no sentido de utilizar diferentes instrumentos para o controle da inflação, teríamos uma taxa de juros menor e uma inflação também controlada.”
LOC.: Assim, o especialista acredita que seria possível um encontro de interesses entre famílias de menor e maior renda, ampliando a projeção do consumo.
Reportagem, Nathália Guimarães.