LOC: A Agência Nacional de Mineração (ANM) divulgou a lista dos estados e municípios produtores de minérios que receberam o dinheiro da CEFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral). Ao todo, foram favorecidas 2.173 prefeituras, que — juntamente com os governos estaduais — receberam quase R$ 900 milhões. O dinheiro foi depositado na última quinta-feira (05) e refere-se à cota-parte dos chamados royalties pela exploração mineral de cada estado e município, em julho e agosto de 2023.
Do total distribuído, R$ 176.038.493,55 foram para os estados e o Distrito Federal, enquanto os municípios produtores receberam R$ 711.707.644,78. Esses valores foram reados aos municípios produtores de minérios, que são diretamente impactados pela atividade.
Já a distribuição da CFEM para os municípios que são indiretamente afetados pela atividade mineral no país, pelo motivo de terem – por exemplo – seus territórios atravessados por rodovias e ferrovias, influenciando de maneira indireta a vida de seus moradores, deverão receber os rees a partir de dezembro de 2023.
O superintendente de Arrecadação e Fiscalização de Receitas da ANM, Daniel Pollack, explica que o principal objetivo da CFEM é remunerar estados e municípios pela exploração que as empresas mineradoras fazem dos recursos naturais. Em entrevista exclusiva concedida ao portal de notícias Brasil 61, ele esclarece como é calculado o valor de cada ree.
SONORA: Daniel Pollack, superintendente de Arrecadação e Fiscalização de Receitas da ANM
"A ANM arrecada esse dinheiro, não é um imposto, não é um tributo, é uma participação nos resultados, mas funciona parecido, e distribui aos estados. Estados e municípios produtores e afetados. Então, 15% do que foi arrecadado de CFEM produzida naquele estado vai para o estado, 60% vai para o município produtor, 15% vai para os municípios afetados pela atividade de mineração, que são os não produtores que foram afetados de alguma maneira pela atividade de mineração.”
LOC: O superintendente de Arrecadação e Fiscalização de Receitas da ANM também esclarece que os recursos em forma de royalties da mineração devem ser investidos por estados e municípios em projetos que beneficiem a comunidade local, com objetivo de melhorar a infraestrutura, a qualidade ambiental, a saúde, a educação e outros setores importantes para a sociedade.
SONORA: Daniel Pollack, superintendente de Arrecadação e Fiscalização de Receitas da ANM
"Esses recursos chegam nos cofres das prefeituras e as prefeituras têm orientação de usar, principalmente para diversificação da atividade econômica, no desenvolvimento social, tecnológico, para que lá na frente, o dia que a mineração não tiver mais presente, porque é uma atividade de recursos naturais finitos, que um dia vão acabar, a cidade possa ter alguma outra fonte de renda, de atividade econômica, que não dependa mais da mineração."
LOC: Conforme um estudo divulgado em agosto deste ano pela revista “Brasil Mineral”, desde 2017 a CFEM é calculada com base no faturamento bruto das empresas que fazem a exploração minerária no país. Isso fez com que o valor reado aos entes federados tenha dado um salto de R$ 1,8 bilhão em 2017, para R$ 3 bilhões, no ano de 2022.
O estudo revela, ainda, que os royalties da mineração representam até 40% da fonte da receita dos municípios produtores de minério. Para se ter ideia da importância do assunto, do ponto de vista istração pública, só 8 cidades brasileiras — três no Pará e cinco em Minas Gerais —, representam juntas cerca de 57% do total reado pela ANM.
Parauapebas, Canaã dos Carajás e Marabá (no Pará); e Itabirito, Mariana, Itabira, Congonhas e Nova Lima (em Minas Gerais), são os maiores produtores de minérios do Brasil. Por este motivo, são os que mais receberam a compensação financeira da CFEM, nos últimos anos.
Reportagem: José Roberto Azambuja