LOC.: A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (10), por 336 votos a 142, o texto-base do Projeto de Lei Complementar que regulamenta a reforma tributária. A proposta detalha como vai funcionar o novo regime de cobrança de impostos sobre o consumo de produtos e serviços, especialmente as regras dos três novos impostos: a CBS, o IBS e o Imposto Seletivo.
Durante o dia, antes da votação, a alíquota máxima do novo sistema de cobrança de impostos dominou o debate dos parlamentares. Estimada em 26,5% pelo Ministério da Fazenda, ela vai incidir sobre todos os produtos e serviços que não receberem nenhum tipo de tratamento diferenciado pelo texto que for aprovado no Congresso Nacional.
A polêmica em torno do teto da alíquota existe porque o texto estabelece que a arrecadação do governo com os novos tributos não vai poder diminuir nem aumentar em relação à média dos últimos anos, ainda no modelo tributário em vigor.
Isso significa que a diminuição da carga de impostos para produtos e serviços de alguns setores implicaria, necessariamente, no aumento do peso dos tributos para aqueles que não conseguirem algum tipo de benefício, impactando a alíquota final. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que, quanto menor o número de exceções às regras gerais, melhor será o novo sistema tributário.
TEC./SONORA: Fernando Haddad, ministro da Fazenda
“A lógica da reforma é manter a carga tributária. Quanto menor o número de exceções, menor a alíquota. Quanto maior o número de exceções, maior a alíquota. O posicionamento técnico da Fazenda, olhando para os sistemas tributários do mundo é que quanto menos exceções houver, melhor."
LOC.: Membro do grupo de trabalho que analisou o projeto enviado pelo governo, o deputado federal Cláudio Cajado, do PP da Bahia, destacou que a versão final do texto traz uma trava para impedir que a soma da CBS e do IBS ultrae o teto de 26,5%.
TEC./SONORA: Claudio Cajado, deputado federal (PP-BA)
"Nós criamos um gatilho para que essa carga tributária não seja elevada, a partir do ano de 2033. Isso porque as boas intenções nós gostamos, mas quando se fala de governo, seja federal, estadual ou municipal, a sanha arrecadatória fala mais alto quando os momentos de dificuldade chegam. Por isso, esse projeto inova ao fazer com que haja um gatilho para essa carga jamais ultraar 26,5% como alíquota geral."
LOC.: Após a aprovação do texto-base, os parlamentares aram a debater os destaques, que são sugestões de alterações a trechos específicos da proposta. O texto vai ao Senado.