LOC: Olá, sejam bem-vindos ao Entrevistado da Semana. Eu sou, Marquezan Araújo, e comigo está o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Luiz Miguel Martins Garcia. No nosso bate-papo de hoje, vamos abordar questões que envolvem a qualidade da merenda escolar, assim como andam as expectativas para o retorno das aulas presenciais nas escolas do país.
Presidente, obrigado por nos receber.
TEC./SONORA: Luiz Miguel Martins, presidente da Undime
“Quem agradece somos nós. É muito importante para a educação pública municipal estabelecer esse diálogo com o ouvinte, com quem nos acompanha em todas as mídias.”
LOC: Vamos começar pela questão da merenda escolar. Sabemos que isso é muito importante e contribui fortemente até para o desempenho intelectual do aluno. Presidente, a merenda escolar tem chegado aos alunos? Existe, atualmente, alguma dificuldade para os gestores municipais em relação a esse ponto? Qual o panorama hoje?
TEC./SONORA: Luiz Miguel Martins, presidente da Undime
“É muito importante a gente esclarecer uma questão. O Programa Nacional de Alimentação Escolar é universal. Então, uma vez determinado, é necessário que se dê o a todos os alunos. A merenda está chegando. Mas, é importante a gente explicar que cada aluno, de primeiro a nono ano, recebe o recurso da ordem de R$ 8 por mês. É um valor muito baixo. Nós recebemos hoje, nesse parâmetro que eu te ei, R$ 0,39 por refeição. Nós consideramos que, dificilmente é possível fazer uma alimentação de qualidade tal qual é oferecida por menos de R$ 1,80, R$ 2,00.”
LOC: Agora, outro assunto. Nós tivemos a recente aprovação da PEC do Novo Fundeb na Câmara dos Deputados e a proposta já está sob análise dos senadores. O senhor considera o novo Fundeb redistributivo o suficiente para elevar o investimento em educação nos municípios?
TEC./SONORA: Luiz Miguel Martins, presidente da Undime
“O novo Fundeb avança imensamente. Para que ele pudesse ser, de fato, redistributivo em um nível de atingir todos os municípios que têm uma carência, teria que ser a proposta original, que foi apresentada com 40% de complementação da União. Aquele desenho permitiria que o país todo fosse coberto pela complementação. Com 20% não há essa cobertura total. Mas, ainda assim, os avanços são muito grandes. Principalmente avanços no sentido de atender a Educação Infantil, o que ajudará muito nessa fase que ainda estamos longe de atingir as metas nacionais de matrículas.”
LOC: Depois de meses sem aula presencial por conta da pandemia, já existem conversas sobre um possível retorno dessas atividades dentro do ambiente escolar ainda este ano. Na sua opinião, os municípios estão aptos a voltar em segurança, tanto para os alunos como para professores e demais funcionários?
TEC./SONORA: Luiz Miguel Martins, presidente da Undime
“Esses protocolos são complexos, porque dependem de informações da saúde, depende de uma articulação com outros setores, como assistencial social, como setor financeiro das prefeituras para que a gente consiga garantir a oferta de uma recepção com segurança. Pensar e organizar os protocolos não quer dizer que a gente efetivamente irá voltar sem ter essa garantia de que não há um risco maior do que aquele que a criança possa estar sujeita já no seu dia a dia em casa ou algo dessa natureza. Os municípios e os estados estão muito empenhados. Estamos trabalhando, na medida do possível, conjuntamente.”
LOC: É isso, presidente. Muito obrigado pela participação e até uma próxima oportunidade. Agradecemos em nome de toda a equipe do portal Brasil 61.
TEC./SONORA: Luiz Miguel Martins, presidente da Undime
“Muito obrigado. É uma satisfação enorme estar com vocês. Disponha. A União Nacional do Dirigentes Municipais de Educação agradece e deseja muita saúde a todos.”
LOC: O Entrevistado da Semana fica por aqui. Obrigado pela sua audiência e até a próxima. Tchau!