LOC.: Aprovado pela Câmara dos Deputados no início do mês, o Projeto de Lei 6407/2013, também conhecido como Nova Lei do Gás, pode trazer muitos benefícios aos paranaenses. Em São José dos Pinhais, por exemplo, ela será fundamental no barateamento de produção industrial. Entre os benefícios está uma economia de até 30% na conta residencial de gás com o uso do produto, segundo projeção da Compagas (Companhia Paranaense de Gás), realizada em 2019. Vale lembrar que antes de isso se tornar possível, é necessário que o Senado também dê sinal verde para o marco regulatório do gás natural.
O PL, que altera as regras do mercado de gás natural, prevê autorização em vez de concessão para o transporte de gás natural e estocagem em jazidas esgotadas de petróleo. Caberia à ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) apenas conceder a permissão para empresas que queiram construir ou ampliar gasodutos. Além disso, o texto viabiliza a quebra do monopólio da Petrobras no setor, já que a empresa é responsável por 100% da importação e cerca de 80% da produção do produto no país.
Para o deputado federal Aroldo Martins (Republicanos-PR), o Paraná está na “vanguarda de muitos setores da economia, inclusive no mercado de gás”. Ele acredita que o marco regulatório vai “contribuir para a retomada da economia” no pós-pandemia da Covid-19 e completa.
TEC./SONORA: Aroldo Martins (Republicanos-PR), deputado federal
“A Nova Lei do Gás é um grande marco para o Brasil. O benefício da economia e a maior desestatização vai fazer com a iniciativa privada faça um trabalho melhor do que quando o governo tem tudo na mão. Com isso, é claro, o consumidor será beneficiado.”
LOC.: Projeção da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que a Nova Lei do Gás tem potencial para gerar mais de quatro milhões de empregos em todo o país nos próximos anos. Já o Ministério da Economia estima que o marco regulatório deve trazer investimentos de cerca de R$ 60 bilhões por ano.
Por ser uma fonte de energia de transição, isto é, menos poluente do que outros combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão mineral, o gás natural tende a conquistar ainda mais espaço na matriz energética, desde a indústria até as residências dos paranaenses. Dados da Compagas apontam que mais de 43 mil consumidores tinham contrato para receber gás natural encanado, em 2019, no Paraná.
Diretor de Eletricidade e Gás da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), Bernardo Sicsú espera que o projeto seja aprovado no Senado sem alterações. Ele destaca, também, pontos que considera cruciais no sucesso da Nova Lei do Gás.
TEC./SONORA: Bernardo Sicsú, Diretor de Eletricidade e Gás da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel)
“A partir de estímulo à livre iniciativa, de redução das barreiras para entrada de agentes, você cria um cenário para melhor utilização das infraestruturas existentes e também [dá] segurança jurídica para novos investimentos, que são fundamentais para a retomada do crescimento. O PL solidifica as bases para o aumento da produção e do número de vendedores e é isso o que vai fazer com que o preço do gás caia.”
LOC.: Em São José dos Pinhais, a Nova Lei do Gás pode ter papel preponderante no desenvolvimento e barateamento de produtos da indústria local, como siderúrgicas, papeleiras e alimentícias, que são atendidas pela Compagas. Além disso, o município localizado na Região Metropolitana de Curitiba usa o gás natural nos segmentos do comércio e veicular, segundo a companhia.
Reportagem, Felipe Moura.