
LOC.: Com base em informações apresentadas por organismos internacionais e brasileiros, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um levantamento com recomendações sobre o retorno às aulas no período da pandemia provocada pelo novo coronavírus.
O objetivo do estudo, segundo o autor do levantamento e pesquisador do Ipea, Luis Cláudio Kubota, é auxiliar gestores da educação que planejam a retomada das atividades presenciais nas escolas do Brasil.
TEC./SONORA: Luis Cláudio Kubota, pesquisador do Ipea
“As principais recomendações vão no sentido do distanciamento social, o que vai requerer um menor número de alunos em sala de aula e, por consequência, a instituição do ensino híbrido, com uma parte dos alunos em sala e outra em casa. Ressalta-se também a importância da etiqueta respiratória, higiene das mãos, uso de máscaras, sanitização dos ambientes escolares, organização do horário de chegada, dos recreios e da saída, para evitar aglomerações.”
LOC.: Denominado Levantamento das Recomendações para a Volta às Aulas em Tempos da Covid-19, o compilado de dicas destaca informações do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que indicam que “o fechamento das escolas decorrente da pandemia representa um risco sem precedentes para a educação, a proteção e o bem-estar das crianças”.
O levantamento destaca também que pesquisadores da Fiocruz desenvolveram um manual de biossegurança para auxiliar as instituições de ensino do país na retomada das atividades. Neste documento, a sugestão é de que a reabertura ocorra apenas quando houver a redução sustentada do número de novos casos da Covid-19.
O entendimento é compartilhado pela infectologista Joana D'arc, quando ela defende que o retorno às atividades presenciais no ambiente escolar só será, de fato, seguro, com uma baixa nos indicadores de casos da doença causada pelo novo coronavírus.
TEC./SONORA: Joana D'arc, infectologista
“Eu acredito que o risco de adoecimento e de piora do sistema público e do número de infectados vai aumentar significativamente. A gente sabe que é ruim a questão de as crianças e os adolescentes não estarem na escola, mas, infelizmente, eu acho que retornar com os números ainda elevados é muito grave.”
LOC.: Uma pesquisa coordenada pelo Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) revela que 24% dos estudantes entrevistados, com idade entre 15 e18 anos, disseram que já pensaram em não voltar à escola após o isolamento social. A pesquisa ouviu com 24.161 jovens.
Reportagem, Marquezan Araújo