LOC.: A taxação em 20% de compras online no valor de até 50 dólares feitas em sites internacionais por consumidores brasileiros vai ter um efeito amargo para empresas nacionais que importam produtos estrangeiros para revender no país. Essa é a análise do tributarista Guilherme Di Ferreira, head da área tributária do Lara Martins Advogados.
Segundo ele, após a medida ar a vigorar no Brasil, empresas que importam estes produtos que estão no escopo da proposta vão sofrer uma concorrência acirrada na briga por consumidores finais, uma vez que terão que pagar o imposto federal em relação à essas importações e, consequentemente, terão que rear estes custos ao valor global do produto em revenda. O que não vai acontecer com o consumidor final brasileiro que decida manter a prática em comprar em sites internacionais, mesmo pagando o tributo.
Diante desse cenário desfavorável, Di Ferreira afirma que as importadoras brasileiras terão que usar de várias estratégias para se manter no mercado e conquistar clientes.
TEC./SONORA: Guilherme Di Ferreira, tributarista
"Então, as empresas brasileiras terão que mostrar outras oportunidades que sejam agilidade da entrega do produto, já existir o produto a pronta entrega ou tentar compras de maior volume para que reduza então o valor global do produto para revenda.”
LOC.: Quando se olha para o consumidor final, Di Ferreira ressalta que o impacto natural será o aumento do valor global que será pago naquela compra, pois estará pagando mais impostos. Ele acredita, no entanto, que os consumidores brasileiros vão continuar comprando em sites estrangeiros.
Asafe Gonçalves, especialista em direito tributário, aponta que a cobrança de fato do tributo somente será feita se o produto estrangeiro for fiscalizado na Receita Federal.
TEC./SONORA: Asafe Gonçalves, especialista em direito tributário
"Se a Receita Federal pegar algum lote desse, de remessa que tá vindo de fora, ela pode aplicar a taxação e aí vai ficar a critério do contribuinte se ele vai manter ou não o produto e se vai valer a pena ou não pagar aquela taxa.”
LOC.: A taxação das compras internacionais já foi aprovada pelo Congresso Nacional, em votações na Câmara dos Deputados e Senado e aguarda a sanção do presidente Lula.