LOC.: O governo federal pretende implantar salas de amamentação em Unidades Básicas de Saúde de todo o país. Um projeto piloto está em fase de construção desses espaços em unidades que já estão em funcionamento em cinco estados: Pará, Paraíba, Distrito Federal, São Paulo e Paraná. A campanha nacional de incentivo à amamentação de 2023 está voltada às trabalhadoras para atingir meta de 70% de aleitamento exclusivo até 2030.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, informa que a iniciativa visa apoiar especialmente aquelas mães que estão no mercado informal e não têm o amparo da legislação.
TEC./SONORA: ministra da Saúde, Nísia Trindade
“Nem sempre é um ato simples a amamentação, principalmente, com a questão de uma licença mais reduzida para a maternidade, com a falta de apoio nos ambientes de trabalho, uma atenção especial as mulheres que estão trabalhando e, aqui, nós falamos das mães e dos pais que trabalham”
LOC.: O aleitamento materno é mais do que uma simples alimentação para o bebê. Ele protege, cuida e acalma. Além de ser sinônimo de cuidado, é uma forma de aproximar mãe e bebê. Mas existem cuidados que precisam ser observados. A opinião é da pediatra Natalia Ribas. Ela diz que muitas mães deixam de amamentar porque não conseguem se adequar à rotina de trabalho e amamentação. Para ela, é preciso ter mais espaços de apoio para que as mulheres trabalhadoras sigam amamentando seus filhos.
TEC./SONORA: pediatra Natalia Ribas
“Não é uma questão de que eu vou amamentar e não quero ficar exposta porque eu não posso amamentar em qualquer lugar, mas o fato de ter uma poltrona adequada, me dá uma liberdade. É uma questão de inclusão a sala de amamentação não trazendo tantos riscos de contaminação e infecção, o bebê consegue amamentar com mais tranquilidade e sem barulho”.
LOC.: A médica da Clinica Obstétrica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e da Maternidade São Luiz Star, Mônica Fairbanks de Barros, conta que o leite materno é o alimento mais completo que existe e ainda é específico para cada espécie.
TEC./SONORA: médica da Clinica Obstétrica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e da Maternidade São Luiz Star, Mônica Fairbanks de Barros,
“É tão perfetio que muda a composição de acordo com a fase de vida do bebe ou seja, o leite do pré-maturo é mais rico em anticorpos do que o leite de uma criança maior. A composição vai mudando conforme a idade da criança. E não é só alimento, também é considerado como a primeira vacina porque é muito rico em anticorpos. Todos aqueles anticorpos que a mãe adquiriu durante a vida am pelo leite e ajudam a conferir proteção e imunidade”
LOC.: Mesmo sabendo de todos os benefícios da amamentação para a saúde do bebê e da mãe e que os indicadores brasileiros estejam melhorando ao longo do tempo, as taxas de amamentação ainda seguem abaixo das recomendadas por organizações internacionais especialistas no tema. Segundo o mais recente Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), em 2019, apenas 45,8% das crianças menores de seis meses de todo o país eram alimentadas exclusivamente com leite materno. A meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é que, até 2025, ao menos 50% das crianças de até seis meses de vida sejam amamentadas exclusivamente. E que, até 2030, esse índice chegue a 70%.
Reportagem, Lívia Azevedo