LOC.: Atualmente, segundo a Confederação Nacional da Indústria, o Brasil é um dos países com maior dependência de modal rodoviário para transporte de cargas, com 61% da matriz de transporte brasileira. Se for descontada a movimentação de minérios e petróleo, o número sobe para 86% do total. Essa dependência pode elevar o custo do transporte, caso as rodovias não estejam em bom estado.
As concessões rodoviárias liberam a possibilidade de investimento mais rápido em infraestrutura e dão longevidade a rodovias em melhores condições para o tráfego de motoristas. Essa é a avaliação de Gildemir da Silva, professor de finanças e economia dos transportes e pesquisador em Indústrias de Redes.
TEC./SONORA: Gildemir da Silva.
“A manutenção ao longo do período de concessão de 30 anos, geralmente, é de qualidade de serviço prestado. Nesse sentido, a concessão abre possibilidade de termos infra mais adequada ao nosso modal. Quando há obra pública, está suscetível a várias leis que precisam ser reestruturadas.”
LOC.: A pesquisa CNT de Rodovias 2021, elaborada pela Confederação Nacional do Transporte, avaliou mais de 109 mil quilômetros da malha rodoviária brasileira nas cinco regiões do país. Desse total, apenas 23 mil estão sob regime de concessão e 85 mil sob gestão pública.
Para o presidente da CNT, Vander Costa, é necessário mais investimentos em rodovias por parte dos governos que as istram.
TEC./SONORA: Vander Costa, presidente da CNT
“É preciso investimento até para garantir o desenvolvimento econômico sustentável. Se pegarmos o que foi arrecadado pela Dutra dava para fazer um desenvolvimento paralelo muito grande. É o que está sendo feito no modal ferroviário. Queremos pegar esse modelo para as rodovias. O que for arrecadado de outorgas, que seja reinvestido e, se possível, dar reequilíbrio econômico ao Brasil.”
LOC.: Uma das classificações feitas pelos pesquisadores foi referente ao estado geral dessas rodovias. E, nesse quesito, há uma diferença grande entre os regimes de istração. Mais de 71% dos trechos sob responsabilidade do poder público são avaliados como regular, ruim ou péssimo, e 28% como bom ou ótimo. Já nas rodovias concedidas, ruim ou péssimo somam quase 26% das avaliações, e 74% são tidas em estado bom ou ótimo.
Reportagem, Thiago Marcolini