LOC.: A Agência Nacional de Mineração registrou um aumento de R$ 19 milhões na arrecadação com a Taxa Anual por Hectare – valor cobrado para autorização de pesquisa mineral – em relação a 2023. Os dados da autarquia revelam que a receita subiu de R$ 86 milhões para R$ 105 milhões até julho de 2024. Segundo a ANM, a implementação do Sistema Nacional de Arrecadação, Receita e Cobrança (SINARC) – desenvolvido pela ANM para a gestão das receitas da taxa e da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais – foi um dos motivos que levaram ao bom desempenho do setor.
No entanto, para o advogado Valmor Bremm especialista em direito minerário, o resultado positivo não está relacionado ao novo sistema, mas ao aumento do valor na cobrança feita pela ANM. Além disso, Bremm ainda destaca um outro ponto, que considera importante.
TEC./SONORA: Valmor Bremm, advogado direito minerário
“A Agência Nacional de Mineração tinha um estoque muito grande de áreas paradas e ela jogou todas as áreas para leilão. A maioria dessas áreas são áreas para pesquisa e estão sendo concedidas, em média, três anos para pesquisa, ou seja, está tendo um fomento e um aumento na pesquisa mineral no Brasil. A mineração no Brasil agora voltou em alta seja para minérios estratégicos para a nova mudança energética como minério de ouro que está com alta também então ou seja o Brasil tá com um foco muito grande em pesquisa mineral.”
LOC.: Mesmo que o sistema não seja o fator principal para o aumento na arrecadação, Richard Torsiano, especialista internacional em governança e istração de terras e diretor executivo da R.Torsiano Consultoria Agrária, Ambiental e Fundiária, acredita que a inserção de novas tecnologias contribui para melhorar o gerenciamento dos processos.
TEC./SONORA: Richard Torsiano, especialista mineração
“A agência, assim como outros setores do governo, está ando por inovações importantes que, por mais singelas que pareçam, elas influenciam na capacidade de gestão dessas agências e autarquias, seja na garantia de eficácia da aplicação da política pública ali, seja até em processos arrecadatórios, principalmente por implementação de tecnologias e sistemas que permitam a relação direta com o beneficiário lá na ponta e facilitem a vida do beneficiário da política pública.”
LOC.: O advogado especialista em mineração Alexandre Sion esclarece que o pagamento será sempre realizado com base nos dados disponibilizados pelo sistema da ANM. O não pagamento da multa ou pagamento intempestivo da taxa implicará na autuação do minerador, com imposição de multa, em conformidade com a Resolução da ANM. De acordo com a ANM, a taxa deve ser paga até a entrega do relatório final de pesquisa, nas datas previstas. Caso o minerador não efetue o pagamento, além das multas corre o risco de perder o alvará que possibilita a atuação na área. O órgão salienta que o vencimento pode variar de acordo com o semestre em que o alvará entrou em vigência.
Reportagem, Lívia Azevedo