LOC.: Aproximadamente 1.765 municípios brasileiros foram gravemente afetados pela seca, com cerca de 404 cidades enfrentando seca extrema e 1.361 a seca severa, conforme dados da planilha de classificação de seca nos municípios enviada pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) ao portal Brasil 61.
Segundo Marcelo Zeri, pesquisador em Agrometeorologia do Cemaden, a seca que afeta o Brasil já se arrasta desde o ano ado. Inicialmente, ela estava associada ao fenômeno El Niño, seguida por uma estação chuvosa curta e um início repentino da estação seca.
TEC./SONORA: Marcelo Zeri - pesquisador em Agrometeorologia do Cemaden
“A seca também continua bastante forte na região Norte do país. A gente tem muitos rios com níveis muito baixos, como por exemplo o Rio Madeira e Purus na região sul do Amazonas, isso está afetando o transporte fluvial e uma série de outras atividades na região.”
LOC.: O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Vinicius Bufon afirma que o aumento na frequência e intensidade das secas no Cerrado, consequência das mudanças climáticas, impacta diretamente o desenvolvimento, a produtividade e a qualidade da produção agrícola.
O agravamento das secas impacta direta e intensamente a economia nacional e local, dado que reduz a oferta de alimentos, biocombustíveis e fibras, gera pressão por aumento de preço e inflação e reduz a arrecadação de impostos, a renda e o poder de compra dos brasileiros.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para agosto indica chuvas acima da média no norte da Região Norte e em áreas pontuais do leste das regiões Nordeste, Sudeste e Sul. No entanto, grande parte do Centro-Oeste, Sudeste, sul da Região Norte, interior do Nordeste e oeste da Região Sul deve ter chuvas próximas ou abaixo da média, devido à persistência de massas de ar seco, que reduzem a umidade e aumentam o risco de queimadas e doenças respiratórias.
Reportagem, Sophia Stein