LOC.: A Sondagem Especial Indústria e Energia aponta que 56% das indústrias que operam no mercado cativo têm interesse em migrar para o mercado livre de energia a partir de 2024. Atualmente, pouco mais de 10 mil empresas do setor industrial operam nesse modelo de energia. O levantamento foi realizado pela Confederação Nacional da Indústria, a CNI.
O professor de energia elétrica da Universidade de Brasília Ivan Camargo explica que o mercado cativo é aquele em que a energia é comprada junto às concessionárias. Já o mercado livre é o modelo em que os consumidores maiores de energia, como as indústrias, negociam diretamente com as empresas geradoras ou distribuidoras de energia.
TEC./SONORA: Ivan Camargo, professor de energia elétrica da Universidade de Brasília.
“A legislação define esse processo das indústrias aderirem ao mercado livre é sempre definido pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). Em geral tem limites de potência. Então, hoje, só os grandes consumidores podem aderir ao mercado livre. A tendência é que as exigências caiam, de forma que mais gente entre no modelo de mercado livre.”
LOC.: Especialista em energia da CNI, Roberto Wagner Pereira comenta a Portaria do Ministério de Minas e Energia que prevê que empresas de enquadramento tarifário de alta tensão possam migrar para o mercado livre a partir de 1º de janeiro de 2024.
TEC./SONORA: Roberto Wagner Pereira, especialista em energia da CNI.
“Isso equivale, hoje, a um potencial de 45 mil empresas que vão estar aptas para migrar para esse mercado. A principal vantagem do mercado livre é que, em vários casos, a gente consegue ter economia de preço de energia até 20% do custo.”
LOC.: Além disso, um quinto das indústrias planeja diversificar as fontes de energia. De acordo com a CNI, essa medida possibilita a redução da insegurança energética das plantas industriais e permite combinar diferentes fontes de energia resultando em maior eficiência de produção ou custos.
Reportagem, Ana Luísa Santos