LOC.: Cerca de 60% do transporte de cargas no Brasil é feito por meio das rodovias, segundo a Confederação Nacional do Transporte, a CNT. Mas a tendência é modernizar e diversificar a matriz, após a aprovação do marco legal das ferrovias e da BR do Mar, que estimulam a ampliação do transporte de produtos por trilhos e pela costa brasileira.
Para o especialista em infraestrutura, Gilberto Gomes, a agenda do governo federal e do Legislativo para o setor desde 2019 é marcada por medidas liberais que, diante da baixa capacidade de investimentos públicos, atraíram o capital privado para promover a modernização da matriz de transportes do país.
TEC./SONORA: Gilberto Gomes, especialista em infraestrutura
“Se pegarmos, por exemplo, as reformas no setor de ferrovias, há praticamente uma revolução, em que você deixa de fazer ferrovias com investimentos públicos a partir de concessões para possibilitar que particulares construam suas próprias ferrovias por meio de autorização”.
LOC.: Segundo o deputado federal Domingos Sávio (PL-MG), o governo do presidente Jair Bolsonaro acertou ao estimular a entrada da iniciativa privada no setor de infraestrutura. Mas o parlamentar ressalta que a participação mais expressiva do capital privado no setor de infraestrutura deve ser acompanhada de benefícios ainda mais amplos para o país.
TEC./SONORA: Domingos Sávio (PL-MG), deputado federal
“Acho que as experiências de concessões feitas no ado foram muito precárias. Não havia muita expertise e as concessões praticamente não exigiam contrapartidas em benefício do desenvolvimento econômico. As novas concessões e as possíveis renovações têm que levar em conta que esse setor é fundamental para o desenvolvimento econômico. Uma linha férrea é uma artéria de desenvolvimento, a por centenas de cidades, mas não pode apenas ar por ali.”
LOC.: Segundo o Ministério da Infraestrutura, o marco legal das ferrovias tem potencial para aumentar dos atuais 20% para mais de 40% a participação do transporte ferroviário na matriz de transportes do país. Já o programa de estímulo à cabotagem, o BR do Mar, pretende ampliar de 11% para 30% a parcela do modal aquaviário.
Reportagem, Felipe Moura.
“Se pegarmos, por exemplo, as reformas no setor de ferrovias, há praticamente uma revolução, em que você deixa de fazer ferrovias com investimentos públicos a partir de concessões para possibilitar que particulares construam suas próprias ferrovias por meio de autorização”.