LOC.: A recorrência de problemas em plataformas da Petrobras preocupa o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) com relação às condições das instalações. Em menos de um mês, aconteceram três casos de rompimento de amarras de plataformas. Na unidade P-38, três das oito amarras sofreram rompimento. Já na P-19, duas das 16 amarras foram comprometidas. Uma terceira, a P-33, que está em fase de desmontagem no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), também teve amarras rompidas. As informações são da Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Na opinião do coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), Sérgio Borges, é importante avaliar os riscos, porque, segundo ele, as amarras são responsáveis por fixar a plataforma no local.
TEC./SONORA: Sérgio Borges, Sindipetro-NF
“São equipamentos estáticos que servem para estabilizar e fixar a plataforma no seu local de operação e ela demanda simplesmente um roteiro de inspeção. Se está acontecendo uma sequência de rompimento de amarras, provavelmente o processo ou de inspeção ou de manutenção está corrompido ou não foi feito de acordo com o que manda o protocolo, mas isso a gente só vai ter condição de afirmar depois que terminar as investigações aqui da Comissão de Investigação Interna.”
LOC.: De acordo com o professor Jorge Bruno, ex-funcionário da Petrobras e especialista em Petróleo e Gás, Naval e Offshore, o episódio de rompimento de amarras é comum em determinadas épocas do ano. Ele também esclarece que a situação não provoca qualquer impacto ou prejuízo para os municípios próximos.
TEC./SONORA: Jorge Bruno, petroleiro Petrobras
"O interrompimento de amarras não é algo tão raro assim, principalmente nessa época do ano em que o mar está mais forte na Bacia de Campos, na costa brasileira de forma geral, mas na Bacia de Campos em particular. Então é algo que acontece, é algo que faz parte da rotina do dia a dia. Essas plataformas têm pelo menos 12 amarras, então elas estão bem seguras, as amarras não têm nenhum impacto para os municípios. Normalmente nem se fica sabendo que isso acontece, porque é algo tão operacional, tão interno, que é resolvido ali mesmo, né? Sem nenhum impacto, sem nenhuma consequência para o mar, para o meio ambiente, principalmente para os municípios que são banhados ali na região.”
LOC.: Desde que os problemas começaram a acontecer, a Petrobras instaurou comissões de analise de acidente para identificar, corrigir o problema e, ao mesmo tempo, evitar que ele volte a acontecer. O coordenador do Sindipetro-(NF), Sérgio Borges diz que estão sendo feitas, em cada uma dessas comissões, o estudo da documentação, revisando os planos de manutenção e de inspeção e analisando documentos para verificar se o processo de inspeção e manutenção dessas amarras ocorreu de acordo com o que diz o protocolo.
Reportagem, Lívia Azevedo