LOC.: O número de casos de sífilis em gestantes em Goiás cresceu nos últimos anos. Segundo dados da Secretaria da Saúde de Goiás (SES-GO), entre 2021 e 2023 foram registradas 7.540 gestantes com sífilis no estado. Somente neste ano, 2.335 casos foram reportados. Já em relação aos casos de sífilis congênita, ou seja, quando ocorre transmissão da mãe para o bebê durante a gestação, foram registrados 310 casos apenas neste ano.
Segundo a Coordenadora de Assistência às infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) da Secretaria da Saúde de Goiás, Polyanna Ribeiro, diversos fatores influenciaram a ocorrência de casos da doença no estado.
TEC./SONORA: Polyanna Ribeiro, Coordenadora de Assistência às infecções IST’s da SES-GO
“Nós tivemos um aumento da implantação dos testes rápidos na rede básica de atenção à saúde. Então teve um aumento de número de testes na rede, por isso pode ter aumentado o número de diagnóstico. Outro fator que contribui a isso é o o tardio ao pré-natal, o que atrasa esse diagnóstico da sífilis e o que pode acarretar um aumento dessas gestantes com sífilis. Nós temos outro fator também, que é o não tratamento adequado. E o não tratamento do parceiro também contribui para o aumento de número de casos públicos em gestante”.
LOC.: Segundo a infectologista do Centro Especializado em Doenças Infecciosas, Joana D’arc Gonçalves da Silva, a sífilis é uma doença infecciosa transmitida por uma bactéria chamada Treponema pallidum. A transmissão ocorre principalmente pela via sexual e, caso não seja tratada, pode resultar em complicações. Ela explica que a doença pode ocorrer em fases primaria, secundária e latente.
TEC./SONORA: Joana D’arc Gonçalves da Silva, infectologista
“Na fase primária a pessoa tem uma ferida. Essa ferida geralmente não coça, não arde, não dói e desaparece sozinha. Na fase secundária: algumas semanas após, a pessoa pode apresentar algumas manchas vermelhas pelo corpo. Depois ela entra em uma fase de latência, que se não for tratada, a pessoa pode ter manifestações neurológicas e cardíacas. A sífilis pode ar da mãe para o feto e a criança nascer com sífilis congênita e isso pode levar também a quadros de malformações e até óbito intra-útero”.
LOC.: Conforme a Secretaria da Saúde de Goiás, a incidência de casos da doença é maior entre as faixas etárias de 20 a 29 anos. Em 2023, foram registrados 1.404 casos. Dentre os municípios que mais apresentaram incidência de casos estão: Goiânia, Aparecida de Goiânia, Luziânia, Anápolis, Rio Verde, Caldas Novas, Formosa, Planaltina e Novo Gama.
Reportagem, Landara Lima