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Covid-19: vacina chega para comunidades quilombolas de Batalha - AL

Apesar da prioridade no calendário nacional de vacinação, ainda há resistência de alguns quilombolas para receber o imunizante


A vacinação contra a Covid-19 chegou para os povos tradicionais quilombolas da microrregião de Batalha, em Alagoas. Na região, 1.480 quilombolas receberam a primeira dose do imunizante, conforme dados do Ministério da Saúde. Apesar do quantitativo, ainda há resistência de alguns quilombolas para receberem a vacina.

Na Comunidade Quilombola de Baixas, de Jacaré dos Homens, apesar de praticamente todos se imunizarem, um membro se negou, o que gerou um certo desconforto no grupo. “Por incrível que pareça na comunidade houve uma resistência e por ele não ter aceitado a tomar a vacina, ele teve que um termo de responsabilidade. As pessoas ficaram muito espantadas, pois o indivíduo tem o direito de se imunizar contra um vírus desse e a pessoa não quer, então, a comunidade ficou pasmada”, diz Antônio Epímaco, morador e líder dessa comunidade. 

Por esse não ser um caso isolado, o líder comunitário alerta a todos quilombolas sobre a importância de tomar a vacina para combater o coronavírus. “A mensagem que eu deixo para as outras comunidades quilombolas é que todos tomem a vacina. Quem tiver direito e oportunidade, se vacinem, essa é a maneira mais eficaz contra esse vírus maldito. É de grande importância, principalmente para nós quilombolas, nos imunizarmos. É a única maneira de nos sentirmos um pouco mais seguros”, informou ele.

Um dos motivos alegados por alguns quilombolas para não receberem o imunizante é de que já tiveram a doença. Diante disso, a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato, afirma que mesmo quem já teve Covid-19 precisa se vacinar. “Sim. Todas as pessoas que tiveram Covid-19 precisam, sim, se vacinar com as duas doses. Mas a orientação da vacinação é de que ela ocorra após quatro semanas do início dos primeiros sintomas ou quatro semanas do primeiro exame positivo de RT-PCR em pessoas que não desenvolveram sintomas”, explica.

A microrregião de Batalha é formada por seis municípios, que juntos concentram mais de 7.067 pessoas autodeclaradas descendentes e remanescentes de escravizados, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Os municípios que compõem a região são: Major Isidoro, o que possui a maior concentração de membros, aproximadamente 3.716; Jacaré dos Homens (1.053); Monteirópolis (951); Olho d’Água das Flores (901); Batalha (441); e Belo Monte (5), de acordo com dados do IBGE. 

Número de quilombolas vacinados com a primeira e a segunda dose na microrregião de Batalha, de acordo com o Nacional de Vacinação contra a Covid-19, do Ministério da Saúde:

Município 1ª Dose 2ª Dose
Major Isidoro 180 1
Monteirópolis 270 1
Olho d’Água das Flores 314 0
Jacaré dos Homens 502 1
Batalha 209 0
Belo Monte 5 0

A transmissão do vírus da Covid-19 tende a ser mais intensa em povos e comunidades quilombolas, devido a maneira como estão condicionados na sociedade. Dessa forma, o Ministério da Saúde alerta que o controle de casos e vigilância nestas comunidades impõe desafios logísticos, de forma que a própria vacinação tem um efeito protetor altamente efetivo.

A secretária municipal de saúde, Santina Dolores Silva de Melo, de Jacaré dos Homens, explica que a inclusão dos povos quilombolas no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 representa uma conquista no controle de doenças para essas comunidades. “O povo quilombola faz parte do grupo socialmente vulnerável, devendo por tanto ter a prioridade em ser protegido, visto que a comunidade quilombola apresenta maior acometimento de infecções e que o país tem uma enorme dívida social com a população negra.”

Proteja-se

Ao sentir febre, cansaço, dor de cabeça ou perda de olfato e paladar procure atendimento médico. O Ministério da Saúde recomenda que a procura por ajuda médica deve ser feita imediatamente ao apresentar os sintomas, mesmo que de forma leve. Apesar da vacinação, é preciso continuar seguindo os protocolos de segurança, como:  usar máscara, lavar as mãos, evitar aglomerações, abraços ou apertos de mão e utilizar álcool em gel após tocar qualquer objeto ou superfície. 

Vacinação em Alagoas

De acordo com o da Vacinação da Covid-19, do Ministério da Saúde, o estado já aplicou 1.241.548 doses da vacina, são 908.165 pessoas imunizadas com a primeira dose e 333.383 com a segunda. Desses números, 12.150 foram destinadas para a população quilombola.  A vacina é segura e uma das principais formas de prevenção do novo coronavírus. Fique atento ao calendário de imunização do seu município. Para saber mais sobre a campanha de vacinação em todo o país, e gov.br/saúde.
* O quantitativo de vacinas refere-se as doses aplicadas e registradas na base nacional do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Serviço

Quilombolas que vivem em comunidades quilombolas, que ainda não tomaram a vacina, devem procurar a unidade básica de saúde do seu município. Para mais informações, basta ar os canais online disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). e o portal gov.br/saúde ou baixe o aplicativo Coronavírus – SUS. Pelo site ou app, é possível falar com um profissional de saúde e tirar todas as dúvidas sobre a pandemia. 

Veja como está a vacinação Quilombola no seu município

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LOC.:  A vacinação contra a Covid-19 chegou para os povos quilombolas da microrregião de Batalha, em Alagoas. Na região, 1.480 quilombolas receberam a primeira dose do imunizante, conforme dados do Ministério da Saúde. Apesar do quantitativo, ainda há resistência por alguns quilombolas para receberem a vacina. 

Na Comunidade Quilombola de Baixas, de Jacaré dos Homens, o líder da comunidade, Antônio Epímaco, afirma que apesar de praticamente todos se imunizarem, um membro se negou, o que gerou um certo desconforto no grupo. 

TEC./SONORA: Antônio Epímaco, líder da Comunidade Quilombola de Baixas
“Por incrível que pareça na comunidade houve uma resistência e por ele não ter aceitado a tomar a vacina, ele teve que um termo de responsabilidade. As pessoas ficaram muito espantadas.”

LOC.: Por esse não ser um caso isolado, o líder comunitário faz um alerta a todos os quilombolas de sua e de outras comunidades sobre a importância de receber a vacina para combater o coronavírus.

TEC./SONORA: Antônio Epímaco, líder da Comunidade Quilombola de Baixas.
“A mensagem que eu deixo para as outras comunidades quilombolas é que todos tomem a vacina, quem tiver direito e oportunidade, se vacinem essa é a maneira mais eficaz contra esse vírus maldito. Quem tiver a oportunidade, por favor, se vacine.”

LOC.: A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato, explica a importância da vacina nos grupos prioritários.

TEC./SONORA: Francieli Fantinato, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde
As comunidades quilombolas são populações que vivem em situação de vulnerabilidade social. Elas têm um modo de vida coletivo, os territórios habitacionais podem ser de difícil o e muitas vezes existe a necessidade de percorrer longas distâncias para ar os cuidados de saúde. Com isso, essa população se torna mais vulnerável à doença, podendo evoluir para complicações e óbito.”

LOC: O Ministério da Saúde alerta que o controle de casos e vigilância nestas comunidades impõe desafios logísticos, de forma que a própria vacinação tem um efeito protetor altamente efetivo. Por isso, os quilombolas que vivem em comunidades quilombolas, que ainda não tomaram a vacina, devem procurar a unidade básica de saúde do seu município. Mesmo com a primeira dose da vacina, é preciso cumprir o distanciamento social e os protocolos de contenção contra a Covid-19. 
Para saber mais sobre a campanha de vacinação em todo o país, e gov.br/saude.

Reportagem, Nathalia Teles