LOC.: Alguns estados brasileiros e o Distrito Federal anunciaram que pretendem diminuir o intervalo entre a primeira e a segunda dose das vacinas contra a Covid-19. No DF, por exemplo, o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, disse que o intervalo vai ar a ser de 60 dias entre as duas aplicações dos imunizantes da AstraZeneca e da Pfizer/BioNTech.
Estados como Maranhão, Mato Grosso, Espírito Santo e Goiás também trabalham com a possibilidade de adiantar a segunda dose das vacinas. Entre os argumentos para a medida está o avanço da pandemia e a chegada da variante delta do novo coronavírus ao Brasil.
Por meio de nota, o Ministério da Saúde informou que “acompanha a evolução das diferentes variantes do vírus no território nacional e está atento à possibilidade de alterações no intervalo recomendado entre doses das vacinas Covid-19 em uso no Brasil”. Ainda de acordo com a pasta, “vale reforçar a importância de completar o esquema vacinal da Covid-19 para que o caráter pandêmico da doença seja superado”.
O governo do estado de São Paulo resolveu não adiantar a segunda dose da vacina. Segundo o governador João Doria, a Unidade da Federação vai manter a atualização do calendário anunciado no último domingo (11).
TEC./SONORA: João Doria, governador de São Paulo
“Temos mais 1,3 milhão de doses que chegam até o dia 30 de julho. Com essas 4 milhões de doses da vacina prontas, vamos garantir o cumprimento desse novo cronograma de imunização em São Paulo. Daqui a 40 dias, todos os adultos que vivem em São Paulo e que podem ser vacinados, estarão com, pelo menos, uma dose da vacina no braço.”
LOC.: Na avaliação da infectologista Ana Helena Germoglio, como o Brasil ainda não conta com a disponibilidade de doses suficientes para imunizar toda a população com as duas etapas, seria interessante que a primeira dose fosse amplamente distribuída, antes de antecipar a aplicação da segunda dose.
TEC./SONORA: Ana Helena Germoglio, infectologista
“Se, em outro cenário, tivéssemos o estoque de vacina suficiente para vacinar todo mundo com a primeira dose, seria plausível adiantarmos a segunda dose. Mas, como não temos, talvez seria mais interessante adiarmos essa segunda dose e vacinar mais pessoas com a primeira dose, para reduzir a mortalidade geral da população.”
LOC.: Questionada sobre a intenção dos estados, a Anvisa pontuou que o intervalo para a aplicação da segunda dose de uma vacina está definido na bula do produto, a partir dos estudos apresentados. Segundo a agência, no caso da AstraZeneca, a segunda injeção pode ser istrada entre 4 e 12 semanas após a primeira. Já a segunda dose da Pfizer deve ser aplicada com um intervalo maior ou igual a 21 dias após a primeira.
Reportagem, Marquezan Araújo