LOC.: O setor de máquinas e equipamentos foi um dos oito excluídos da desoneração da folha de pagamento. Segundo uma medida provisória do Executivo, a partir de abril, as empresas do segmento não poderão mais optar por pagar ao governo um percentual sobre o faturamento em vez da contribuição patronal de 20% para o INSS.
Presidente da Frente Parlamentar de Máquinas e Equipamentos, o deputado federal Vitor Lippi, do PSDB de São Paulo, diz que o fim do mecanismo vai encarecer os custos trabalhistas e prejudicar a economia.
TEC./SONORA: deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP)
"Isso é muito ruim para as indústrias, para os empregos, para a competitividade das nossas indústrias. A gente vai procurar todas as formas possíveis de fazer com que isso não aconteça. Certamente, com a retomada das atividades do parlamento, essa será uma das grandes questões a serem enfrentadas. Nós não concordamos com o governo e é preciso encontrar alternativas para que a indústria e o setor de máquinas e equipamentos não seja prejudicado."
LOC.: Segundo o consultor tributário Enio de Biasi, a desoneração da folha gerou o resultado esperado, ou seja, a geração de empregos pelos setores contemplados. Ele afirma que a decisão do governo de reonerar as indústrias traz insegurança jurídica.
TEC./SONORA: Enio de Biasi, consultor tributário
"Isso afeta diretamente esses 17 setores que, fatalmente, vão repensar minimamente os seus investimentos e vão pensar na possibilidade, sim, de reduzir a sua força de trabalho, reduzir os empregos, porque vai ser onerado fortemente a partir de primeiro de abril."
LOC.: No fim de 2023, o governo Lula editou uma MP que estabelece o fim da desoneração da folha de pagamentos para oito dos 17 setores atualmente contemplados, entre eles o de máquinas e equipamentos. Para as empresas dos outros nove setores, está previsto um cronograma de aumento da contribuição sobre a folha de forma gradual, a começar este ano.
O texto foi mal recebido pelo Congresso Nacional e pelo setor produtivo porque o Legislativo já havia promulgado a lei que prorroga o benefício até 2027. Ime que só deve ser resolvido na volta do recesso parlamentar, em fevereiro.
Reportagem, Felipe Moura.