LOC.: A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou nesta quarta-feira (5) o projeto que pretende aumentar a oferta de crédito e diminuir os custos e juros de financiamentos para empresas e consumidores. Conhecido como Marco Legal das Garantias de Empréstimos, a proposta quer tornar mais eficiente a execução das garantias bancárias, ao reduzir o risco de inadimplência e a insegurança jurídica percebidas pelo setor financeiro.
O texto permite que os bens móveis, como carros, sejam alvo de cobrança extrajudicial em caso de inadimplência pelo devedor. Segundo o relator do PL quatro mil cento e oitenta e oito, de dois mil e vinte e um, senador Weverton Rocha, do PDT do Maranhão, a mudança deve ajudar a diminuir os juros cobrados pelos bancos.
TEC./SONORA: senador Weverton Rocha (PDT-MA)
"Os juros são altos, porque o risco Brasil também é muito alto. O Brasil é o país do mundo que menos recupera [garantias]. Como você recupera pouco, o banco diz: 'vou te emprestar dinheiro, você vai comprar o carro, mas você pode não me pagar e eu posso demorar a recuperar ele na justiça. Com isso, vai ter que pagar advogado, vai depreciar o bem. Quando ele tiver o a esse bem, for leiloar, já não vale nem a dívida. Então, o risco para quem está dando esse dinheiro é muito alto".
LOC.: Hoje, quando um veículo é dado como garantia e o tomador de crédito deixa de pagar o empréstimo, os bancos precisam do aval da justiça para apreender o bem. Com a mudança, as instituições financeiras poderão executar a garantia sem ir à justiça, o que já é possível para casas e apartamentos. A expectativa é de que isso diminua os custos para as instituições — e isso seja reado aos consumidores. O projeto de lei também a a permitir que um mesmo imóvel seja dado como garantia em diferentes operações de financiamento.
Aprovado na Câmara há cerca de um ano, o texto sofreu algumas alterações. Weverton Rocha retirou o artigo que criava as Instituições Gestoras de Garantias (IGGs), que seriam responsáveis por fazer a ponte entre os bancos e as empresas — e também os cidadãos que buscam crédito. Além disso, excluiu a possibilidade de o único imóvel da família ser penhorado, em caso de inadimplência.
Reportagem, Felipe Moura.