LOC.: Em junho de 2024, a arrecadação total das Receitas Federais alcançou mais de 208 bilhões de reais, marcando um aumento real de 11,02% em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado de janeiro a junho de 2024, a arrecadação totalizou mais de 1 trilhão e 200 bilhões de reais, representando um acréscimo pelo IPCA de 9,08%. As informações foram divulgadas pela Receita Federal.
O consultor econômico da Remessa Online André Galhardo informa que boa parte do aumento nos primeiros meses deste ano aconteceu por influência do esforço fiscal feito ao longo do ano ado, como taxação de fundos exclusivos.
TEC./SONORA: André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online
"Eles são fruto de um esforço para corrigir parte desse sistema que é ineficiente, que cobra muito de quem tem pouco e muito pouco de quem tem muito. Eu acho positivo, e a gente não pode perder de vista que a continuidade da reforma tributária, precisa ser feita. A gente precisa, em um segundo momento, tratar dessa regressividade e diminuir o peso da carga tributária sobre a pequena e média empresa e sobre as pessoas de baixa renda."
LOC.: Para o segundo semestre de 2024, Galhardo afirma que o aumento da arrecadação deve continuar, mas com um ritmo menos intenso.
Para o membro da Comissão de Política Econômica do Cofecon, Roberto Piscitelli, esse crescimento impressiona em função da comparação com quaisquer outros indicadores do nível de atividade econômica.
TEC./SONORA: Roberto Piscitelli, membro da Comissão de Política Econômica do Cofecon
"Quer dizer que está acima da expectativa. Isso é muito importante em função da projeção de déficit primário, da preocupação com o arcabouço fiscal. E vem no momento em que há uma forte resistência do Congresso Nacional em manter, por exemplo, a prorrogação da desoneração da folha de 17 setores da economia, o que tem um impacto muito forte na arrecadação."
LOC.: Desde o final do ano ado, o Congresso Nacional e o governo buscam um acordo. O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, prorrogou até 11 de setembro a suspensão do processo que trata da desoneração.
O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, mencionou que a equipe econômica está considerando sugestões dos senadores, como a taxação de sites de compras internacionais, para viabilizar a votação do projeto sem comprometer a meta de equilíbrio fiscal.
Reportagem, Nathália Guimarães